Calixto Cordeiro ou K. Lixto, como costuma assinar suas obras, destaca-se principalmente como ilustrador e caricaturista. Em 1890, é aprendiz de gravura na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. Em 1893, passa a atuar como professor de aprendizes da mesma instituição. Dois anos depois estuda na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Em 1898, passa a colaborar com desenhos no jornal O Mercúrio, no qual já trabalha o caricaturista Raul Pederneiras (1874 - 1953). Em 1902, com Pederneiras e outros, K. Lixto funda o jornal humorístico O Tagarela. Nesse ano, participa da fundação do periódico O Malho, para o qual faz caricaturas e anúncios comerciais. No início da carreira, como apontam alguns estudiosos, seus trabalhos mantêm diálogo com as obras de Julião Machado (1863 - 1930), do caricaturista Caran d'Ache, pseudônimo de Emmanuel Poiré (1859 - 1909), e do desenhista Henry Gerbault (1863 - 1930). O desenho de K. Lixto, para o estudioso Herman Lima, adquire gradualmente maior volume, uma segura distribuição do sombreado, em traços paralelos, verticais e oblíquos. Apresenta ainda um vigoroso uso do claro-escuro no modelado das figuras e na composição das paisagens. Durante a primeira década do século XX, K. Lixto realiza ilustrações para a revista infantilTico-Tico e para as publicações Ilustração Brasileira, Leitura para Todos, Século XX, entre outras. Das ilustrações que faz para Kosmos, destaca-se uma série de aguadas, de 1907, para o conto A Morte do Palhaço, de Gonzaga Duque (1863 - 1911). Nela, o artista explora o clima de pesadelo e loucura existente no texto. Para Fon-Fon! produz caricaturas políticas e várias ilustrações a bico-de-pena ou aguada, com longas figuras femininas com vestes em formas próximas a arabescos. Em 1911, faz charges políticas para a Gazeta de Notícias, nas quais enfoca principalmente os políticos Hermes da Fonseca (1855 - 1923) e Pinheiro Machado. Em 1917, realiza a série O Perigo do Trocadilho para o periódico D. Quixote, na qual apresenta trocadilhos ilustrados. Ressalta-se em seu trabalho o grande dinamismo das figuras. Essa capacidade de fixar o movimento permite-lhe mostrar com grande habilidade cenas muito complexas. Apenas de memória, elabora a representação de certos eventos, como uma batalha, uma tourada ou um desastre ferroviário. K. Lixto realiza também cartazes de produtos como o Bromil ou Saúde da Mulher, que se tornam muito populares na época. Em 1924, é nomeado professor da cadeira de desenho da Escola Visconde de Mauá, em Marechal Hermes, onde leciona por cerca de 20 anos. Ele teve importante atuação no desenvolvimento da caricatura moderna no Brasil, juntamente com Raul Pederneiras e J. Carlos (1884 - 1950). por Hadna abreu |
Blog da disciplina História da Arte no Brasil II do curso de Artes Visuais do Departamento de Artes da UFAM.
fonte: itaucultural
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